Publicado por Redação em Saúde Empresarial - 27/06/2011 às 11:19:27

São Lucas busca profissionalizar gestão sem abrir mão da direção familiar

Muitas instituições de saúde no Brasil têm buscado profissionalizar sua gestão em busca crescimento e maturidade administrativa. Esta realidade se torna mais presente em empresas familiares, como é o caso do Hospital São Lucas, situado na capital sergipana.
 
Fundada há 42 anos, pelos médicos José Augusto Barreto e Dietrich Todt, a instituição começou como uma pequena clínica e em 1978 ganhou seu primeiro complexo hospitalar, que abriga, até hoje, uma das unidades de internação do Hospital São Lucas que conta com 124 leitos, sendo 30 de UTI, dez salas cirúrgicas, e é responsável por cerca de 7 mil atendimentos ao mês entre internações, cirurgias e emergência.
 
“A empresa familiar tem uma preocupação maior com a sustentabilidade do que a gestão propriamente dita, já que está muito mais preocupada com o curto prazo”, afirma o superintendente do Hospital São Lucas,
Paulo Barreto.
 
Formado em engenharia elétrica eletrônica, Barreto atua na instituição há 15 anos e há oito está na superintendência, substituindo seu pai, que era médico. Para assumir o cargo, o executivo buscou formação no segmento de gestão hospitalar e cursou MBA na Fundação Getúlio Vargas, em São Paulo, e participou dos níveis básico e programas de desenvolvimento da Fundação  Dom Cabral.
 
“Sempre trabalhei com estágios ligados à medicina, como Siemens na área de eletro-medicina e no desenvolvimento de softwares para hospitais na NeoData. A engenharia é uma disciplina muito ampla e favoreceu essa visão um pouco mais científica. Acredito que como engenheiro possuo um olhar diferente ao administrar o hospital”, analisa.
 
Fugindo do estigma da gestão familiar, o São Lucas não conta apenas com membros da família à frente de sua gestão. “Meu pai sempre foi muito rígido para não misturarmos as coisas. Creio que nossa realidade é menos contaminada do que se espera de uma gestão familiar. Claro que também vivemos o desafio de, em alguns momentos ter algumas confusões entre você ser sócio ou da família, e não ser o gestor, mas no geral há um respeito. O que nos ajuda muito neste sentido é justamente trabalharmos sempre com ferramentas de consultoria e assessoria com empresas muito sólidas como Trevisan, FGV/SP e Fundação Dom Cabral”, ressalta Barreto.
 
Com esta visão, a entidade mantém há nove anos uma parceria com a Fundação Dom Cabral para desenvolver seus gestores. Entre as atividades, estão o planejamento estratégico e as avaliações mensais com um conselheiro da própria fundação, que também é membro do conselho administrativo do hospital e um MBA para cinco gestores no Programa de Desenvolvimento de Executivos da universidade. Além disso, a cada dois meses os gestores da instituição passam por um treinamento chamado de “reunião de presidentes”, onde gestores e presidentes de empresas passam por uma apresentação com um tema específico e logo após discutem o tema e compartilham ideias.
 
Além da Fundação Dom Cabral, o Hospital São Lucas também conta com uma parceria  com o Instituto Qualisa de Gestão. Nesta parceria, que já possui seis anos, o IQG é responsável por todo o processo assistencial e de acreditação da instituição. Segundo Barreto, a parceria envolve a consultoria em todo o processo operacional do hospital, treinamentos e formação em auditoria interna.
 
 
O lado positivo da gestão familiar
 
De acordo com Barreto, uma combinação das duas gestões é algo que pode ser saudável, porém o executivo reconhece que para o sucesso não há uma receita definida e até o momento, a gestão familiar não tem sido um grande impedimento. No entanto, o executivo sabe que, em algum momento, isso poderá ser um desafio. “Se um dia vier o momento de um crescimento muito grande, pensando que a família tem valores fixos, menos flexíveis, isso pode transferir para a empresa um medo em inovar demais e perder o controle. É preciso ter ponderação entre controle, segurança e arrojo. Nós já crescemos, nos consolidamos e conseguimos a acreditação nível 3 da ONA”.
 
“Acredito que sempre trabalhei a questão dos resultados de uma maneira muito objetiva. Já tivemos treinamentos com a Dom Cabral, exclusivos e voltados para a família e empresas familiares. Recentemente, recebemos um treinamento de Lean com a White Martins e tivemos uma resposta muito favorável sobre a nossa atual gestão comparada a outros hospitais do País”, finaliza Barreto.
 
Fonte: www.saudeweb.com.br | 27.06.11

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