Publicado por Redação em Gestão de Saúde - 02/10/2024 às 09:33:51

Outubro Rosa: câncer de mama é muito mais que uma doença


 

Campanha busca conscientizar sobre prevenção para o diagnóstico precoce e alertar sobre a saúde mental das pacientes.

Em outubro, a cor rosa ganha os holofotes. É nesse mês que ocorre um movimento internacional de conscientização sobre o  câncer de mama, o chamado Outubro Rosa. Esse tipo de câncer é o mais comum entre as mulheres e, segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca), deve atingir 74 mil pessoas até o fim deste ano. 

A campanha de conscientização traz para o público um alerta sobre a doença, ressaltando a importância do autoexame para o diagnóstico precoce. Segundo especialistas da área oncológica, cada caso requer um acompanhamento individualizado. O tratamento pode envolver quimioterapia, radioterapia, hormonioterapia e, em alguns casos,  cirurgias complexas.

Durante o Outubro Rosa, o câncer de mama é abordado de forma aprofundada, destacando fatores de risco, sintomas, formas de prevenção, tratamentos e os impactos da doença nos aspectos físico e psicológico. 

Sobre a campanha

De acordo com o Inca, o Outubro Rosa foi criado no início da década de 1990, quando o laço cor-de-rosa, símbolo da prevenção da doença, foi lançado pela Fundação Susan G. Komen for the Cure e distribuído aos participantes da primeira Corrida pela Cura, realizada em Nova York, nos Estados Unidos. Desde o primeiro evento, o mês de conscientização é promovido anualmente.

Conforme explica o Ministério da Saúde, campanhas como estas ajudam a conscientizar a população sobre a prevenção, o diagnóstico precoce e o rastreamento da doença. O câncer de mama, assim como outros tipos de tumores, tem mais chances de cura quando diagnosticado em estágio inicial. 

Como reconhecer os sinais do câncer de mama

Um dos principais pontos abordados durante o Outubro Rosa é a importância do acompanhamento médico e do autoexame para o diagnóstico precoce do tumor. Segundo a Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO), os primeiros passos para descobrir indícios da doença estão, literalmente, nas mãos da própria mulher. 

Entre os principais sintomas da condição está o aparecimento de nódulo mamário, pele da mama avermelhada ou parecida com casca de laranja, alterações no bico do peito (mamilo) e saída espontânea de líquido de um dos mamilos. Sendo assim, a SBCO ressalta a importância da mulher estar atenta ao próprio corpo. 

O diagnóstico é confirmado pela realização de exames como mamografia, tomografia computadorizada, ressonância magnética, ultrassom, tomografia PET Scan e radiografia do tórax, para verificar se a doença se espalhou para os pulmões. 

De acordo com o Ministério da Saúde, há fatores que podem favorecer o surgimento da condição, tornando ainda mais importante o diagnóstico precoce. Entre eles estão: consumo de álcool, excesso de peso, atividade física insuficiente, exposição à radiação ionizante e questões relacionadas à vida reprodutiva da mulher, como primeira menstruação antes dos 12 anos, não ter filhos, primeira gestação após os 30, uso de contraceptivos hormonais e uso de terapia hormonal. 

Além disso, há também a questão genética. Conforme explica a Organização Mundial da Saúde (OMS), pessoas com histórico familiar de câncer de ovário e/ou câncer de mama e alteração genética, especialmente nos genes BRCA1 e BRCA2, podem ter chances de desenvolver a doença. 

Aqueles que se encaixam nos fatores de risco genéticos têm, segundo o Ministério da Saúde, o risco elevado para câncer de mama. Em entrevista à imprensa, o oncologista e geneticista Rodrigo Santa Cruz Guindalini apontou que as mulheres classificadas nesse grupo podem recorrer a uma ressonância nuclear ou a exames de risco genético para o rastreamento.

A depender do nível de mutações de risco identificadas, é possível tomar decisões como realizar uma quimioterapia preventiva ou a retirada das mamas, como foi feito com a atriz  Angelina Jolie.

Câncer de mama requer tratamento individualizado

Conforme explica o Ministério da Saúde, após o diagnóstico da doença, a mulher é encaminhada para um tratamento individualizado, que considera questões como idade, condições de saúde, estágio da doença, tamanho do tumor e gravidade do caso. 

Em entrevista à imprensa, a médica oncologista e professora Daniela Lessa apontou que o direcionamento sobre o tratamento também deve considerar as preferências da paciente. Por isso, os profissionais da área da saúde costumam dar todas as informações, incluindo os riscos e benefícios de cada método. 

Daniela explica que, na maioria das vezes, as pacientes diagnosticadas com a doença estão angustiadas e não compreendem bem o que está sendo falado. Por isso, a recomendação dada pela profissional é sempre ter um familiar ou amigo próximo que possa acompanhar as consultas. 

Entre os métodos de tratamento disponíveis, segundo o Instituto Vencer o Câncer, estão a cirurgia, radioterapia, quimioterapia, hormonioterapia e terapia alvo. Os procedimentos cirúrgicos são complexos, mas são os mais comuns e o seu objetivo é a retirada do tumor, podendo ser uma retirada total ou parcial da mama. 

Impactos na saúde mental

Tanto o tratamento, quanto o diagnóstico da doença podem causar impactos na vida da mulher no aspecto psicológico. Estudo do Observatório de Oncologia mostra que a chance de um paciente com câncer desenvolver depressão varia de 22% a 29%. Segundo a análise, pacientes com câncer de mama têm de 10% a 25% de chance de ter o transtorno.

De acordo com a Organização Nacional de Centros de Oncologia e Hematologia (ONCOH), o acompanhamento psicológico em pacientes diagnosticados com a doença é fundamental, A organização explica que o psicólogo tem a função de avaliar e reconhecer todas as questões psicológicas, sociais e comportamentais usadas para lidar com o impacto causado pela doença. 

A esteticista Joana Ribeiro nunca havia ido ao psicólogo, mas após descobrir o câncer de mama aos 52 anos, teve o acompanhamento profissional para lidar com uma das fases mais desafiadoras de sua vida. 

“Eu nunca havia feito acompanhamento psicológico, então foi algo novo. Em 2013, quando fui diagnosticada com a doença, a psicóloga me ouvia, pedia para que eu falasse o que sentia, os meus medos, o que eu esperava no tratamento e tudo mais. Colocar os sentimentos pra fora me ajudou a organizar as ideias e a me encorajar para enfrentar a doença.” 

De acordo com a Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina (SPDM), o apoio profissional contribui diretamente para o tratamento, uma vez que diminui os pensamentos negativos e os sintomas de ansiedade e depressão. O órgão informa que os benefícios do suporte psicológico podem ser percebidos nos pacientes e em sua rede de apoio, que se tranquiliza ao ver o familiar ou amigo lidando com a doença. 


Fonte: Redação Mundo RH


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