Publicado por Redação em Saúde Empresarial - 12/08/2011 às 13:12:44

Ferramenta desenvolvida por militares ajuda a diminuir erros nos hospitais

As falhas de comunicação são identificadas como as principais causas de danos inadvertidos aos pacientes. Dados da Joint Comission para os EUA, em 2008, indicam a participação da falha de comunicação em 70% das causas primárias nas ocorrências de eventos adversos.

Os principais fatores que interferem no processo de comunicação levando a Eventos Adversos são mudança ou troca de pacientes, qualidade da informação registrada no prontuário, a notificação de incidentes, a hierarquia inibindo os profissionais juniores ao se reportarem aos superiores, dificuldades de transmissão de informação dentro e entre organizações de grande porte.

O uso de ferramentas de comunicação melhora o processo de informação entre os profissionais da assistência, como o check list cirúrgico realizado antes de se iniciar um procedimento, além de uma ferramenta desenvolvida pelos militares, o SBAR, em inglês: Situation, Background, Assessment, Recomendation, que fornece uma estrutura previsível para uma mensagem, iniciando com o esclarecimento do problema, dando informações básicas, seguido por uma avaliação da situação e uma recomendação. Essa ferramenta traz bons benefícios aos grupos de profissionais que foram ensinados a se comunicar em diferentes estilos, criando uma linguagem comum.

O trabalho em equipe é outro fator chave para uma maior segurança do paciente, e que na área de saúde tem diferentes entendimentos dependendo da profissão do membro da equipe. Há estudos relatando que os médicos referem ver um trabalho de equipe efetivo quando os enfermeiros antecipam suas necessidades e seguem suas instruções (Makary, Sexton, 2006, p 748). Por outro lado as enfermeiras avaliam como bom trabalho em equipe aquele em que suas contribuições são respeitadas (Baker et al. 2007).

Os resultados dos estudos sugerem que 70 a 80% dos eventos adversos em saúde são causados por fatores humanos associados com a pouca comunicação e entendimento entre equipes (Schaefer, Helmreich, 1994), destacando ser crucial para gestores e supervisores entenderem como o trabalho em equipe pode ser aprimorado para a garantia da segurança do paciente (Scott-Cawiezell, Vogelsmeier, 2006).

Bibliografia

BAKER, D.; SALAS E.; BARARACH, P.; ET AL., The relation between teamwork and patient safety. In P. Carayon, (Ed) Human Factors and Ergonomics in Patient Safety. Mahwah, NJ:LEA, 2007.

MAKARY, M.; SEXTON, B.; FREISCHLAG, J., et al. Operating room teamwork among physicians and nurses: Teamwork in the eye of the beholder. Journal of American College of Surgeons, 202, 746-752, 2006.

OMS – ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. Human Factors in Patient Safety: review of Topics and Tools. p. 4, 2009. Disponível em <http//www.who.int/patientsafety/en/>

SCHAEFER, H.; HELMREICH, R.; SCHEIDEGGAR, D..Human factors and safety in emergency medicine. Resuscitation, 28, 221-225, 1994.

SCOTT-CAWIEZELL, J. & VOGELSMEIER, A. Nursing home safety: a review of the literature. Annual Review of Nursing Research, 24, 179-215, 2006.

Fonte: saudeweb.com.br


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