Publicado por Redação em Gestão do RH - 19/01/2021 às 10:32:29
Pesquisa revela quatro perfis de liderança que se destacaram durante a pandemia
A pandemia da Covid-19 transformou as dinâmicas de administração no meio corporativo. Segundo uma pesquisa do PageGroup realizada em parceria com o Centro de Liderança da Fundação Dom Cabral, dois a cada três líderes estão agilizando os processos de tomada de decisões. Os dados também mostram que, devido à crise, existem quatro perfis de liderança comuns nas empresas.
O estudo, publicado no início de janeiro, ouviu 230 executivos de diversos cargos C-Level. O objetivo era entender como esse grupo, que possui alto nível de responsabilidade nas organizações, está lidando com as novas demandas que surgiram em 2020. “Investigamos como as ações estão funcionando, sem julgá-las como certas ou erradas. Analisar o gerenciamento e expor essas informações é criar um panorama sobre a atuação dos líderes no Brasil”, diz Paul Ferreira, diretor do Centro de Liderança da Fundação Dom Cabral.
De acordo com os resultados, cerca de 40% dos entrevistados relataram que estão tomando decisões voltadas ao negócio, às operações e à gestão de pessoas da empresa com maior rapidez. Além disso, 65% dos líderes revelaram que os integrantes da diretoria estão trabalhando em maior consonância nesse período. Outro aspecto notado pelo alto escalão foi o ritmo da empresa para adotar instrumentos tecnológicos. Para 77% dos entrevistados, isso se acelerou. Outros 20% não notaram efeito significativo e apenas 3% informaram que as mudanças foram desaceleradas.
Os desafios de adaptação à pandemia resultaram em consequências diretas nas formas de gerenciamento dos líderes. Ao relatarem as mudanças de atuação nesse período, a maioria (29%) informou que está dando mais atenção às habilidades estratégicas. Já 22% estão focados na gestão de pessoas e competências interpessoais (ou soft skills). Os que priorizam os custos e retornos financeiros são 14% dos entrevistados. Alguns não notaram transformações significativas (10%), enquanto outros estão dando mais ênfase à estrutura organizacional (10%), habilidades criativas (6%), tecnológicas (5%) ou autonomia das tarefas (3%).
Ricardo Basaglia, diretor geral da Page Executive, explica que, para ser um líder bem-sucedido neste momento, o autoconhecimento, adaptabilidade, ambiguidade e atitude são elementos fundamentais. “Se o executivo não conhece a si mesmo, ele não saberá como utilizar os pontos fortes que tem e qual o impacto das atitudes dele na corporação. Ele deve ter coragem e estar preparado para evoluir junto com os novos cenários apresentados.”
Diante das diversas adaptações, a pesquisa constatou quatro perfis de liderança que se destacaram em meio à pandemia, e eles variam conforme as áreas de atuação, os desafios enfrentados e a estrutura organizacional. Todas as características são traços que podem ser moldados e potencializados.
Em qualquer uma das descrições, deve-se usar o engajamento e a autonomia da equipe geral para que haja maior produtividade, além de saber trabalhar com a inclusão de novas pessoas. “A diversidade etária, por exemplo, impacta na forma como o grupo se relaciona entre si. Já na formação de um time com distintas funcionalidades e currículos, as consequências são em como eles trabalharão. O líder tem que orquestrar tudo isso”, frisa Ferreira.
Veja abaixo quais são os quatro perfis de liderança que se destacaram durante a pandemia de Covid-19 segundo a pesquisa:
O líder cético
A maioria dos líderes que faz parte desse grupo pertence a áreas que sofreram grandes impactos com a pandemia. As preocupações estão relacionadas à manutenção dos fornecedores, desvalorização do real e redução de vendas de produções e serviços nacionais. Com isso, pensam que uma recuperação econômica plena só será possível em 2023.
Eles acreditam na eficiência de reuniões remotas para alinhar os caminhos dos diversos setores da empresa, porém costumam tomar decisões sozinhos, buscando praticidade e agilidade do processo.
O líder orientado a pessoas
Esses executivos estão voltados à gestão dos colaboradores, preocupando-se com a segurança e produtividade de todos. Eles prezam pelas habilidades interpessoais (ou soft skills). Tendem a promover momentos de integração e happy hours. Com a pandemia, estão mais atentos ao bem-estar da equipe.
O líder autocentrado
Em sua maioria, fazem parte de empresas pequenas e médias. Antes da pandemia, esses líderes já estavam acostumados a tomarem decisões mais centralizadas. Por conta da sobrecarga de trabalho, a tendência foi diminuir ainda mais a flexibilidade das decisões, posicionamento considerado normal para eles por conta do momento atribulado que estamos vivendo. Estão focados em manter boas relações com fornecedores e buscam a reestruturação dos gastos.
O líder confiante
Apesar da crise, esse grupo obteve bons retornos no último ano. Manteve as parcerias e observou potencial de crescimento. Em 2021, esses líderes acreditam que terão maior faturamento e farão mais contratações. Valorizam a agilidade e tomam as decisões de forma mais descentralizada, sendo receptivos a novas ideias.
Fonte: Forbes