Publicado por Redação em Dental - 17/11/2011 às 09:52:28
Estudo associa bruxismo à dificuldades respiratórias
“Tem bruxismo? Isso é stress”. Quem convive com o problema de apertar e ranger os dentes enquanto dorme já ouviu esta frase, pelo menos, uma vez na vida. Depois de dez anos de estudos, um grupo de pesquisadores em dor orofacial, bruxismo e desordens do sono da PUC do Rio Grande do Sul, comandado pelo cirurgião-dentista Márcio Lima Grossi, começa a dar uma nova abordagem ao problema, na qual o stress deixa de ser o vilão do bruxismo para tornar-se apenas um coadjuvante. Para estes estudiosos, o bruxismo está associado à dificuldade de se respirar durante o sono leve – estágio anterior ao sono profundo.
A pesquisa demonstrou que o uso de um dispositivo de avanço mandibular (conhecido por “placa de ronco”) durante 30 dias melhorou significativamente o bruxismo de 27 dos 28 pacientes estudados. Dos pesquisados, 13 eram mulheres e 15 homens, entre 12 e 42 anos. “O bruxismo e a apneia têm relação à dificuldade da passagem do ar. Imagine uma freeway. No bruxismo, todos os carros passam com uma velocidade menor. Na hipopnéia, só 50% dos carros passam; e na apnéia, nenhum carro passa”, explica o cirurgião-dentista Márcio Lima Grossi, mestre pela Universidade de Michigan, doutor pela Universidade de Toronto e membro da Associação Gaúcha do Sono, ligada à Sociedade Brasileira do Sono.
Distúrbios do sono
O primeiro estudioso do sono a descobrir a função do bruxismo para a respiração foi o cirurgião-dentista franco-canadense Gilles Lavigne, Professor Titular e Diretor da Faculdade de Odontologia da Universidade de Montreal, autor do primeiro livro no mundo sobre as desordens do sono para cirurgiões-dentistas – “Sleep Medicine for Dentists: A Practical Overview”.
Segundo Lavigne, quando uma pessoa está acordada, a cabeça fica na posição ereta e a mandíbula na horizontal. Quando dorme, a cabeça fica na horizontal. A mandíbula fica na vertical e cai para trás. O bruxismo faz parte de um mecanismo de acordar/despertar, em geral no estágio do sono leve – quando a necessidade de oxigênio é maior do que no sono profundo. Sua função é manter a passagem das vias aéreas e a lubrificação da cavidade oral.
“Neste processo, a mandíbula é projetada à frente pelos músculos da região até os dentes entrarem em contato. A musculatura fica tensa para evitar que a mandíbula volte a cair para trás. É neste momento que a pessoa range e/ou aperta os dente. Esse mecanismo evita que a mandíbula volte a cair para trás, o que reduziria novamente a passagem do ar na região do orofaringe – que fica atrás do nariz e da boca”, ensina Grossi.
O bruxismo normal ou fisiológico não provoca sintomas. Já o patológico ocorre em pessoas com dificuldade de entrar em sono profundo. “Quem fica muito tempo no sono leve pode ter até 40 minutos de bruxismo por noite. De manhã, tende a apresentar sensibilidade nos dentes da frente, dores de cabeça, na face e na articulação logo à frente dos ouvidos (articulação têmporo-mandibular). A longo prazo, corre o risco de ter desgaste excessivo dos dentes e o aumento do tamanho dos músculos da face”, diz o professor da PUC-RS. O bruxismo pode acontecer com o indivíduo acordado, e sua etiologia é diferente do bruxismo do sono, e normalmente não possui sintomas. É apenas um hábito adquirido que precisa ser mudado.
Vários fatores contribuem para retardar o sono profundo: sobrepeso, mandíbula muito pequena, úvula e/ou amídala grandes, consumo de álcool e drogas, predisposição genética, baixa produção de saliva, alimentação pesada antes de dormir, stress e luminosidade ou barulho no quarto que perturbem o sono, entre outros.
O tratamento clássico do bruxismo pode ser feito por meio de placas para proteger dentes e relaxar os músculos, as “placas de bruxismo”. Os dispositivos de avanço mandibular ou “placas de ronco” eram originalmente usadas por pessoas com dificuldades de passagem de ar ao dormir (apneia/hipoapneia), mas estas placas agora mostraram no estudo também reduzir significativamente o bruxismo do sono. “O bruxismo do sono pode ocorrer sem apnéia/hipopnéia. Mas se elas ocorrerem, haverá necessariamente o bruxismo”, conclui Grossi.
Ele adverte que nem todos os casos de bruxismo do sono podem ser tratados por cirurgiões-dentistas.
“Se a pessoa tem problemas de bruxismo, ronco e apnéia, precisa procurar um laboratório do sono e ser avaliada por uma equipe médica, que vai fazer o diagnóstico de apnéia/hipopnéia ou outros distúrbios do sono. O tratamento então é multidisciplinar”, afirma.
Distúrbios do sono
O primeiro estudioso do sono a descobrir a função do bruxismo para a respiração foi o cirurgião-dentista franco-canadense Gilles Lavigne, Professor Titular e Diretor da Faculdade de Odontologia da Universidade de Montreal, autor do primeiro livro no mundo sobre as desordens do sono para cirurgiões-dentistas – “Sleep Medicine for Dentists: A Practical Overview”.
Segundo Lavigne, quando uma pessoa está acordada, a cabeça fica na posição ereta e a mandíbula na horizontal. Quando dorme, a cabeça fica na horizontal. A mandíbula fica na vertical e cai para trás. O bruxismo faz parte de um mecanismo de acordar/despertar, em geral no estágio do sono leve – quando a necessidade de oxigênio é maior do que no sono profundo. Sua função é manter a passagem das vias aéreas e a lubrificação da cavidade oral.
“Neste processo, a mandíbula é projetada à frente pelos músculos da região até os dentes entrarem em contato. A musculatura fica tensa para evitar que a mandíbula volte a cair para trás. É neste momento que a pessoa range e/ou aperta os dente. Esse mecanismo evita que a mandíbula volte a cair para trás, o que reduziria novamente a passagem do ar na região do orofaringe – que fica atrás do nariz e da boca”, ensina Grossi.
O bruxismo normal ou fisiológico não provoca sintomas. Já o patológico ocorre em pessoas com dificuldade de entrar em sono profundo. “Quem fica muito tempo no sono leve pode ter até 40 minutos de bruxismo por noite. De manhã, tende a apresentar sensibilidade nos dentes da frente, dores de cabeça, na face e na articulação logo à frente dos ouvidos (articulação têmporo-mandibular). A longo prazo, corre o risco de ter desgaste excessivo dos dentes e o aumento do tamanho dos músculos da face”, diz o professor da PUC-RS. O bruxismo pode acontecer com o indivíduo acordado, e sua etiologia é diferente do bruxismo do sono, e normalmente não possui sintomas. É apenas um hábito adquirido que precisa ser mudado.
Vários fatores contribuem para retardar o sono profundo: sobrepeso, mandíbula muito pequena, úvula e/ou amídala grandes, consumo de álcool e drogas, predisposição genética, baixa produção de saliva, alimentação pesada antes de dormir, stress e luminosidade ou barulho no quarto que perturbem o sono, entre outros.
O tratamento clássico do bruxismo pode ser feito por meio de placas para proteger dentes e relaxar os músculos, as “placas de bruxismo”. Os dispositivos de avanço mandibular ou “placas de ronco” eram originalmente usadas por pessoas com dificuldades de passagem de ar ao dormir (apneia/hipoapneia), mas estas placas agora mostraram no estudo também reduzir significativamente o bruxismo do sono. “O bruxismo do sono pode ocorrer sem apnéia/hipopnéia. Mas se elas ocorrerem, haverá necessariamente o bruxismo”, conclui Grossi.
Ele adverte que nem todos os casos de bruxismo do sono podem ser tratados por cirurgiões-dentistas.
“Se a pessoa tem problemas de bruxismo, ronco e apnéia, precisa procurar um laboratório do sono e ser avaliada por uma equipe médica, que vai fazer o diagnóstico de apnéia/hipopnéia ou outros distúrbios do sono. O tratamento então é multidisciplinar”, afirma.
Fonte:http://bagarai.com.br
Posts relacionados
Ronca alto? Saiba se o seu está entre os mais graves
Especialista explica quais tipos de ronco precisam de mais cuidados, alguns podem causar até um AVC
Tire dúvidas sobre a saúde oral da família
Para prevenir as primeiras cáries:
Segundo pesquisas, 90% dos casos de mau hálito ocorrem de origem bucal
A deficiência na produção da saliva também pode originar o problema
Proteja o coração ao tratar de problemas na gengiva
Falar que a gengivite pode causar problemas cardíacos parece um desses boatos espalhados na internet. Mas de mito essa afirmação não tem nada. Isso porque cientistas começaram a estudar a ligação entre doenças periodontais - inflamação que atinge a gengiva e pode levar à perda dos dentes - e outros problemas de saúde desde 1990.
Como lidar com acidentes dentais
Acidentes acontecem na vida, e saber o que fazer quando um deles acontece pode significar a diferença entre salvar e perder um dente.