Publicado por Redação em Gestão do RH - 11/05/2021 às 11:14:59
Empresas dão capacitação em tecnologia para treinar profissionais
Mesmo contando com todos os profissionais iniciantes, não há gente suficiente para ocupar todas as vagas que o mercado oferece. Na era digital, uma boa estrutura tecnológica é necessária para que as companhias se mantenham competitivas. Dessa forma, algumas empresas investem no setor, com iniciativas voltadas para os seus públicos interno e externo, como é o caso do Magalu.
“Temos o Labs School, que oferece formação técnica em vários temas de tecnologia para nossos colaboradores com a ajuda de outros colaboradores, ou seja, nosso próprio time compartilha conhecimento”, conta Caio Nalini, gerente de Gestão de Pessoas do Magalu. Além disso, a empresa concede reembolso de parte das formações externas e subsídios pontuais para participações em eventos, congressos ou cursos de curta duração.
Outra iniciativa da empresa é o LuizaCode, um programa voltado para mulheres e que, segundo Caio, visa contribuir com a diversidade em tecnologia. Dados do YouthSpark mostram que apenas 25% dos profissionais de TI no Brasil são do sexo feminino.
“O propósito do Magalu é levar ao acesso de muitos o que é privilégio de poucos, portanto investir em formação está totalmente alinhado ao nosso propósito”, pontua o gerente.
Ao final do programa, as formandas são convidadas a participar de processos seletivos da empresa. Na última turma, 30% das mulheres que concluíram a formação foram contratadas pelo Luizalabs, que é a área de tecnologia e inovação do Magalu. O gerente conta que há atualmente oportunidades em aberto para os mais diversos níveis hierárquicos, inclusive para iniciantes.
“Cuidamos muito para que todos tenham aderência a nossos valores e nossa cultura, além de conhecimento técnico necessário para cada vaga. Na prática, isso significa que ter fit cultural com o Magalu é absolutamente necessário e fortemente avaliado em nosso processo seletivo.”
A Samsung oferece capacitação tecnológica à comunidade e fomenta a criação de startups através do Samsung Ocean, que é uma iniciativa global da empresa e está presente no Brasil. “O programa superou a marca de 100 mil participações em treinamentos em cerca de 3.900 sessões desde seu início, em 2014”, conta Eduardo Conejo, gerente sênior de Inovação na área de Pesquisa e Desenvolvimento da Samsung.
A iniciativa tem parceria com a Universidade de São Paulo (USP), a Universidade do Estado do Amazonas (UEA) e a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Nessas instituições públicas são mantidos espaços físicos para as atividades, mas elas estão sendo feitas no formato online desde abril de 2020. “O modelo online unificou os conteúdos regionais, gerando uma diversidade de oferta para todo o território nacional.”
Qualquer pessoa com acesso à internet pode se inscrever e aprender sobre tecnologia e inovação por meio do site ou via aplicativo do Samsung Ocean, disponível para Android.
“Acreditamos que o setor de inovação só tem a ganhar com essa constante parceria da academia com o mercado, permitindo que os profissionais sejam atualizados com os temas mais pertinentes do momento, como IoT (internet das coisas) e IA (inteligência artificial) e a linguagem Phyton.”
Cursos profissionalizantes
Outra iniciativa do mercado que ajuda o setor é a Revelo UP, programa de financiamento estudantil que ajuda a trazer profissionais para o mercado de tecnologia por meio de cursos profissionalizantes. Patricia Carvalho, diretora de experiência do candidato e marketing da Revelo, conta que módulos práticos realizados em cursos ajudam a preparar o candidato para começar a trabalhar.
“Na Revelo, procuramos também sempre orientar o empregador a nivelar as expectativas de acordo com o cargo que está sendo contratado”, diz ela. Durante um processo seletivo, para chegar até a entrevista, Patricia conta que profissional inexperiente tem que atender a três pontos fundamentais, que precisam estar no currículo.
São eles: os conhecimentos técnicos (hard skills), informações de contato e os objetivos profissionais. “Se o profissional possuir experiências profissionais, elas precisam estar descritas também”, completa.
As habilidades técnicas podem variar de acordo com a vaga, mas a diretora conta que as linguagens de programação Java, SQL, JavaScript, AWS, Linux e Agile ganharam um destaque importante durante o período de pandemia.
Outro ponto que as empresas analisam nos candidatos são as habilidades comportamentais (soft skills). Segundo Patricia, para os profissionais de tecnologia, comunicação efetiva, bom relacionamento interpessoal e capacidade analítica estão entre as mais importantes. Durante um processo seletivo, informações falsas no currículo, perfil não aderente com a empresa ou a vaga e a falta de bom relacionamento interpessoal são critérios que podem eliminar um candidato. Por fim, a especialista pontua três dicas para os novos profissionais.
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Como se vender e preencher o currículo
Para a tech recruiter Michele Barbosa, a falta de experiência é um empecilho para o início de carreira em todas as áreas, porém, em tecnologia, existem formas de contornar essa situação.
“Bootcamps, hackathons, academias, cursos, certificações, pequenos projetos e até trabalhos freelance abrem portas para o pessoal de TI”, afirma ela. Por haver uma menor oferta de vagas para quem está começando, Michele conta que é preciso se atentar a alguns erros que podem acabar dificultando ainda mais nessa inserção no mercado de trabalho.
“O principal problema que eu encontro no profissional de TI é não saber se vender. Muitos não conseguem transmitir os seus conhecimentos para o currículo, o que acaba impedindo que esses candidatos prossigam em um processo seletivo.”
Ela também chama atenção para o LinkedIn, que deve ter palavras-chave com a posição que o profissional deseja atuar e as tecnologias que domina - para aparecer na busca dos recrutadores.
Para quem deseja começar a carreira em tecnologia, ela aconselha primeiramente definir em que área deseja atuar, como FrontEnd, BackEnd, Full Stack ou Data, por exemplo. Além disso, é importante guardar os trabalhos feitos para mostrá-los em um portfólio.
A dica da especialista é criar um cadastro no GitHub, plataforma de hospedagem de código-fonte e arquivos. Dessa forma, será possível armazenar os códigos criados, além de observar a evolução na qualidade dos mesmos.
Patricia Carvalho, da Revelo, conta que o cargo de desenvolvedor é o mais comum para quem inicia a carreira em tecnologia e também uma das posições mais procuradas pelas empresas atualmente. Além disso, segundo ela, é possível ser contratado mesmo não tendo uma graduação.
“A área de tecnologia chega para romper uma série de paradigmas, e a desobrigatoriedade de um curso superior é um deles. Existem diferentes opções de cursos e bootcamps que preparam muito bem o profissional para trabalhar nesse universo”, afirma.
Fonte: ESTADÃO