Publicado por Redação em Notícias Gerais - 14/09/2011 às 19:15:27

Em fórum, economistas alertam para câmbio valorizado

Num debate que começou com um concerto de flauta e uma palestra da atriz Fernanda Montenegro lembrando a importância do ministro da Educação Gustavo Capanema no primeiro governo de Getúlio Vargas, economistas chamaram a atenção para o câmbio valorizado na economia brasileira.

O Fórum Especial foi coordenado pelo ex-ministro do Planejamento João Paulo dos Reis Velloso e ocorreu no BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico).

"A curtíssimo prazo, a grave ameaça é o câmbio", alertou o embaixador Rubens Ricúpero, ex-ministro da Fazenda. "As importações é que capturam as oportunidades de consumo", disse, para mostrar como a indústria brasileira perde competitividade com o real valorizado.

"Tivemos um certo alívio nos últimos dias, mas não sabemos se vai durar ou não", disse Ricúpero. Ele reconheceu ser "muito difícil" uma solução para o problema, por falta de regras institucionais que controlem o valor das moedas, desde que o governo Nixon abandonou o padrão-ouro para a conversão do dólar, em 1973. "Não há remédios legais para uma guerra cambial", lamentou.

Especialista em contas públicas, o economista Raul Velloso afirmou que o Brasil vai continuar atraindo dólares, e, portanto, mantendo o real valorizado, para manter os gastos governamentais em todos os benefícios sociais. "Temos de repensar o Welfare State tropical", afirmou Velloso. "O Banco Central virou um operador de overnight dos bancos estrangeiros."

Participantes também alertaram que o BNDES não pode ter o peso que tem atualmente para incentivar investimentos das empresas brasileiras. "É uma anomalia extraordinária só termos o BNDES para financiar o longo prazo no país", afirmou Julio Sergio Gomes de Almeida, diretor-geral do Iedi (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial).

O diretor técnico do Ibmec (Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais), Carlos Rocca, afirmou que a taxa de poupança interna é insuficiente para financiar o investimento no Brasil.

Ao dizer que é necessário "recuperar a poupança do setor público", Rocca lembrou que o mercado de títulos públicos, que o governo mantém para se financiar, sufoca a formação de um mercado de negociação de títulos de dívida privados, uma das formas de financiamento de longo prazo, assim como o mercado de capitais, que seriam alternativos ao BNDES.

Fonte: www1.folha.uol.com.br | 14.09.11
 


Posts relacionados

Notícias Gerais, por Redação

Porto Alegre tem a temperatura mínima mais fria do ano nesta quinta-feira

Porto Alegre teve a menor temperatura do ano nesta quinta-feira: 1,4ºC, segundo o Inmet

Notícias Gerais, por Redação

Gasto de brasileiro no exterior sobe 11,5% e soma US$ 6 bilhões no 1º tri

  No mês de março, valor gasto no exterior foi de US$ 1,87 bilhão. Números foram divulgados nesta quarta (24) pelo Banco Central.

Notícias Gerais, por Redação

Crise europeia engaveta fusões e aquisições de empresa no Brasil

O agravamento da crise na Europa, além dos primeiros sinais de desaquecimento da economia brasileira, "engavetou" boa parte das operações de fusão e aquisição envolvendo empresas no Brasil.

Notícias Gerais, por Redação

Brasileiros gastarão R$ 1,76 bi com cinema em 2011, diz Ibope

O cinema nacional tem bons motivos para comemorar o Dia do Cinema Brasileiro, celebrado depois de amanhã, dia 5 de novembro. Segundo o Ibope Inteligência, o potencial de consumo do brasileiro para despesas com cinema, só neste ano, é de R$ 1,76 bilhão.

Notícias Gerais, por Redação

Escolha de novo líder desagrada setores da Câmara

A escolha do senador José Pimentel (PT-CE) para a liderança do governo no Congresso desagradou deputados do PMDB.

Deixe seu Comentário:

=