Publicado por Redação em Gestão de Saúde - 23/08/2019 às 18:35:46
Devo trocar minha obturação de amálgama por uma de resina?
Substituição do material da restauração só é recomendada em casos de fratura ou infiltração.
A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) proibiu, em 2017, a fabricação, importação e comercialização de mercúrio e pó para liga de amálgama não encapsulada no Brasil. O produto era usado em obturações (o termo odontológico é restauração). A medida passou a valer em janeiro de 2019.
Apesar da proibição, não é preciso trocar a restauração de amálgama pela de resina. Camillo Anauate Netto, conselheiro do Crosp (Conselho Regional de Odontologia de São Paulo), afirma que a substituição do material da restauração só é recomendada em casos de fratura ou infiltração. “Enquanto a restauração estiver na boca do paciente cumprindo bem sua função, pode ser mantida tranquilamente”, diz.
A restauração de amálgama de prata (que leva o mercúrio em sua composição) costuma ser visível. Em termos estéticos, a resina camufla a obturação. “Atualmente, a expectativa do paciente por restaurações estéticas é grande. As pessoas não querem mais restaurações metálicas em sua boca”, afirma Netto.
Para além da estética, Netto explica que há uma diferença relevante entre a durabilidade das restaurações de amálgama e de resina.
“A longevidade de uma restauração de amálgama é grande. Temos na literatura casos que variam de 30 à 40 anos. As resinas, que até uns 10 anos atrás não tinham muitos requisitos de longevidade, hoje, tecnologicamente são materiais que melhoraram muito. As boas resinas compostas já podem substituir o amálgama, mas a longevidade delas não é igual, elas costumam durar em torno de 10 anos”, diz.
Netto diz que não há perigo na restauração de amálgama. “A liga é uma mistura, ela já é colocada na boca do paciente misturada. O risco de contaminação existe na manipulação desse material ou quando o produto fica muito tempo em ambiente seco, o que não acontece na boca.”
Fonte: Folha de São Paulo