Publicado por Redação em Notícias Gerais - 26/03/2012 às 08:53:30

Brics criam novo modelo de ajuda a países pobres, diz relatório

Os países que formam o grupo Brics --Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul-- aumentaram sua participação em ajuda a nações pobres em um ritmo dez vezes maior que o do G7 (Estados Unidos, Japão, Alemanha, Reino Unido,França, Itália e Canadá) entre 2005 e 2010, e estão criando novos modelos para a cooperação internacional, segundo dados de um relatório divulgado nesta segunda-feira, em Nova Déli, na Índia.

Apesar de os países desenvolvidos ainda serem responsáveis por um volume muito maior em termos de cooperação internacional, o estudo divulgado às vésperas da Quarta Cúpula dos Brics (28 e 29 de março, em Nova Déli) afirma que o tamanho e a abrangência dos esforços dos Brics em termos de ajuda externa têm acompanhado o rápido crescimento de suas economias.

"Durante a crise financeira, a maior parte dos países Brics conseguiu manter seu crescimento econômico e aumentar a cooperação internacional, enquanto alguns doadores tradicionais reduziram ou ficaram no mesmo patamar de gastos em termos de ajuda externa", disse à BBC Brasil David Gold, diretor-executivo da Global Health Strategies initiatives (GHSi), organização internacional responsável pelo relatório.

IMPACTO NA SAÚDE GLOBAL

O documento conclui que os Brics vêm inovando e utilizando novos recursos para melhorar a situação de saúde nos países mais pobres do mundo.

"Os Brics estão estabelecendo novos modelos para cooperação que desafiam a forma como vemos a ajuda externa. De forma geral, eles não se veem como doadores tradicionais. Em vez disso, eles enfatizam a cooperação Sul-Sul e programas que deixem um legado de qualificação e de transferência de tecnologia, além de usar lições de sua própria experiência em relação à saúde", afirmou Gold.

Como exemplo, o documento cita a decisão do Brasil --que foi um dos pioneiros nos tratamentos de HIV/AIDS-- de construir, em Moçambique, uma fábrica de drogas antirretrovirais.

Segundo Gold, os fabricantes de vacinas e medicamentos genéricos da Índia também tiveram papel fundamental na redução dos preços que os países mais pobres pagam por estes produtos.

"A assistência financeira e os medicamentos da China fizeram uma enorme diferença em termos de controle da malária na África, enquanto a Rússia foi um dos doadores iniciais do programa da Aliança GAVI (entidade internacional dedicada à imunização) que visa fornecer vacinas pneumocócicas a preços reduzidos para países em desenvolvimento", disse Gold.

"A África do Sul, que tem uma das taxas mundiais mais altas de tuberculose resistente a antibióticos, está sendo pioneira na introdução de um novo tipo de diagnóstico molecular da doença."

O relatório estima que os gastos do Brasil com ajuda externa tenham ficado entre US$ 400 milhões e US$ 1,2 bilhão em 2010 (já que o país não divulga números anuais).

A Rússia teria desembolsado cerca de US$ 500 milhões no mesmo ano, enquanto a Índia teria gastado US$ 680 milhões, a China, US$ 3,9 bilhões, e a África do Sul, US$ 150 milhões.

FONTES DE RECURSOS E INOVAÇÃO

Apesar de reconhecer que os Brics ainda enfrentam seus próprios desafios em relação a seus sistemas de saúde, o documento afirma que as cinco nações tiveram avanços recentes e implementaram programas inovadores na área.

Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul também já estão coordenando esforços em setores como agricultura, ciência e tecnologia, além de investirem pesado em pesquisa e desenvolvimento, o que poderia, segundo Gold, ter um impacto direto em países pobres.

Um dos temas em discussão na Quarta Cúpula dos Brics nesta semana é a proposta indiana de se criar um Banco de Desenvolvimento do grupo, dedicado a investir em projetos de infraestrutura e desenvolvimento em nações pobres.

"No longo prazo, os Brics representam uma potencial fonte de novos recursos e inovação para o desenvolvimento e a saúde globais", disse Gold.

Fonte: Folha


Massificados

Posts relacionados

Notícias Gerais, por Redação

Perspectiva de corte na Selic sustenta alta do Ibovespa

No primeiro dia de reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC), os investidores domésticos operam com otimismo, impulsionados pela possibilidade de um novo corte na taxa básica de juros.

Notícias Gerais, por Redação

Indústria de fundos tem captação recorde no 1º semestre

A indústria brasileira de fundos de investimento registrou captação liquida positiva de R$ 74,4 bilhões nos primeiros seis meses de 2012, recorde da série histórica, informou nesta quinta-feira a Anbima.

Notícias Gerais, por Redação

Pesquisa: 88% dos empresários pretendem aumentar salários no País

Uma pesquisa divulgada nesta terça-feira pela consultoria Grant Thornton informou que 88% dos empresários brasileiros pretendem aumentar os salários de seus colaboradores nos próximos 12 meses.

Notícias Gerais, por Redação

Economia brasileira cresce 0,2% no 1º trimestre

O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, soma dos bens e serviços produzidos na economia, teve expansão de 0,2% no primeiro trimestre, ante o trimestre anterior, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Notícias Gerais, por Redação

Vendas à vista crescem mais que a prazo na 1ª quinzena de maio

As vendas à vista apresentaram alta de 4,9% na primeira quinzena de maio na comparação com o mesmo período de 2011, informou a Associação Comercial de São Paulo (ACSP), em cojunto com o Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC) nesta quarta-feira

Deixe seu Comentário:

=