Publicado por Redação em Gestão do RH - 28/12/2022 às 10:00:03

Bayer libera 3.300 funcionários para irem só uma vez por mês ao escritório



O modelo de trabalho flexível chamado Bayflex foi implantado em março deste ano, aproveitando a experiência da pandemia.

Como funciona o home office da empresa

  • O objetivo principal do modelo é a flexibilidade, que permite ao funcionário definir com seu gestor quando e onde trabalhar, conforme as necessidades de cada um.
  • A possibilidade de trabalhar presencialmente apenas um dia por mês existe, mas não é o padrão necessariamente nem o objetivo do programa.
  • A gigante química e farmacêutica Bayer tem cerca de 5.500 trabalhadores no Brasil. O programa é permitido para 3.300 funcionários do setor administrativo, como analistas e diretores.
  • Isso representa 100% da área administrativa e 60% da mão de obra total.
  • Cada funcionário combina com o seu gestor quando irá trabalhar de casa ou do escritório.
  • Em outros casos, o gestor combina com sua equipe uma data em que todos comparecerão ao escritório para participar de uma reunião, por exemplo. Se alguém não puder ir, é possível participar virtualmente,
  • Todos os trabalhadores recebem um auxílio-escritório para comprar equipamentos como monitor, mouse ou cadeira de escritório.
  • O programa é experimental, mas pode virar permanente.
  • Uma pesquisa interna feita em setembro com 1.597 funcionários mostra que eles têm aprovado o modelo de trabalho.
     


 

O que os funcionários acham?

Marcella Santin, funcionária da Bayer - Arquivo Pessoal - Arquivo Pessoal
 
Marcella Santin mudou para o Paraná e viaja de avião para São Paulo quando necessário
Imagem: Arquivo Pessoal
  • No começo de 2021, Marcella Santin, 29, consultora de Transformação e Cultura, trocou São Paulo por Maringá (PR) para ter uma vida mais calma.
  • Ela diz que a distância não atrapalha. De casa, inicia sua rotina de trabalho às 8h e encerra às 18h, com exceção das sextas mais curtas (até 13h).
  • Viaja de avião a São Paulo pelo menos uma vez por mês, sobretudo para participar de reuniões e eventos corporativos.
  • Afirma que a experiência olho no olho ainda é incomparável, mas avalia que ganhou qualidade de vida.
  • Hoje mora em um apartamento três vezes maior e de frente a um parque. A aprendeu a desacelerar o ritmo de trabalho frenético.

Eu amo a flexibilidade de acordar, ter tranquilidade para tomar café da manhã e depois responder a emails. Também valorizo a possibilidade de poder trabalhar em Maringá, na praia ou em qualquer lugar. É mais do que trabalho híbrido, é bem-estar e saúde mental.
Marcella Santin

 

Rita Andrade, 34, analista de Planejamento e Demanda e pessoa com deficiência (PcD), economiza pelo menos 1h20 todos os dias em que decide trabalhar de casa. Ela vai pessoalmente à empresa de duas a três vezes por semana.

Trabalha em Belford Roxo (RJ) e vive em Parada de Lucas, bairro da zona norte fluminense. Andrade é mãe solo e tem mais tempo para acompanhar o crescimento do filho Davi, 7.

Outra vantagem é evitar a lentidão do trânsito e a falta de acessibilidade para chegar à empresa.

Eu não tenho a perna esquerda e uso bengala para me locomover. Se eu me programo para ir [à Bayer] numa terça-feira, mas acordo e está chovendo muito, eu trabalho de casa.
Rita Andrade

  • O líder de Comunicação Integrada da Bayer, Thiago Massari, 40, mudou-se com a família para Santos (litoral de São Paulo) em setembro de 2020, três meses antes de entrar na Bayer.
  • Ele passa mais tempo em casa do que em uma sala da empresa.
  • Por estar em uma posição de chefia, Massari define com sua equipe e com outros líderes quando todos vão trabalhar presencialmente.
  • Ele só vai a São Paulo para aproveitar pelo menos um dia inteiro de reuniões e encontros; às vezes, fica até três dias e depois retorna a Santos.
  • Segundo ele, não há problema se o funcionário não conseguir comparecer presencialmente, se tiver outro compromisso.

Eu não vejo brechas para isso acontecer. Se não for possível estar lá, o colaborador participa da reunião do computador, de onde estiver.
Thiago Massari

  • Mesmo podendo trabalhar dentro de casa, Miler Xavier, 29, analista júnior de Desenvolvimento de Marketing, prefere encarar o trânsito de São Paulo para estar na empresa quatro vezes na semana.
  • Ele mora próximo à sede da Bayer na zona sul e geralmente vai de carro para a empresa de segunda a quinta.
  • Para ele, o trabalho remoto não substitui a experiência da conversa presencial com os colegas que só é possível no presencial.
  • Xavier é exceção porque quase sempre é o único da sua equipe frequentar a matriz tantas vezes.
  • Como alternativa, ele procura estabelecer relacionamentos com pessoas de outras áreas.

Eu gosto de ver pessoas, conviver com elas, ter esse contato. Eu sinto que consigo produzir [no escritório] mais porque em casa tenho mais distrações.
Miler Xavier

O que a empresa acha?

O diretor de Recursos Humanos da Bayer no Brasil, André Kraide, elenca alguns dos principais pontos que chamam atenção nos primeiros meses de adoção do Bayflex:

  • Os funcionários têm encontrado equilíbrio para trabalhar em casa e também no escritório.
  • A confiança entre gestor e funcionário é essencial para o modelo funcionar com transparência.
  • Alto nível de aprovação visto em pesquisas faz com que a empresa avalie tornar o Bayflex permanente.
  • Um possível enxugamento nas despesas operacionais será avaliado após os primeiros 12 meses.

Eu brinco que daqui a cinco anos nós vamos dizer que todo mundo trabalhava em um escritório. Vai parecer uma coisa meio jurássica.
André Kraide

Funcionários da Bayer apontaram em uma pesquisa da empresa quais as dificuldades com o home office. Veja as respostas abaixo:



Fonte: Henrique Santiago
Do UOL, em São Paulo


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