Publicado por Redação em Saúde Empresarial - 26/08/2011 às 16:36:23

Alvo

Estamos diante de um cenário interessante no Brasil. Há 2 anos sabemos que faremos a Copa do Mundo aqui e nada andou. Fora as questões básicas que nos levam a crer que o orçamento, de repente, irá mudar para cima (não discutirei questões éticas aqui), estamos vendo a realidade latina que mais nos afeta: a relação da expectativa e entrega. Basicamente a indisciplina na gestão e o otimismo do latino nos ajudam a errar tanto nos planejamentos.
Nossas empresas foram criadas por empreendedores, que por característica principal, têm sonhos, desejos, visões, que são a base sustentadora de suas companhias, necessitando basicamente de profissionais para fazer downloads de suas ideias, tornando-as reais.
Nosso ex-presidente era assim. Criou o sonho de termos uma Copa e Olimpíadas aqui. A questão é: como entregar tudo isso?
Em nossas empresas fazemos o mesmo todos os dias. Criamos cenários, até reais, mas de difícil execução, de difícil entrega.
Quais são os maiores perigos então na hora de planejar?
 - Envolver pessoas operacionais em questões estratégicas – as pessoas se assustam com o futuro e podem não saber voltar a tempo para o presente, deixando de lado suas reais tarefas;
- Criar cenários surreais de futuro – o powerpoint aceita qualquer coisa, o problema é o mundo real;
 
- Analise profundamente recursos humanos, tecnológicos, financeiros – é nesse ponto que o mundo realmente erra;
Quais são os desdobramentos de um planejamento ruim?
 
- não atingimento de resultados;
- frustração das pessoas;
- dúvidas sobre a liderança;
Entre outros.
Cabe a um bom planejador saber sobre os reais caminhos a percorrer. Vamos a duas situações:
 
Situação A – você planeja uma área e pensa em 30% de crescimento sobre o ano anterior. A área cresce 35% e você comemora;
Situação B – o setor onde você planeja algo cresce 80% ao ano. Você cresce 35% e comemora. Você perdeu 45% este ano, não ganhou.
Veja que as duas situações são iguais, com exceção do dado simples de crescimento de mercado. Crescer não significa ganhar. Crescer corretamente sim.
Isso tudo pode nos ajudar a entender a preocupação com o alvo, que é um sinal claro de capacidade de realização e de mercado real, preparado a comprar ou disponível a receber demanda.
O tiro tem a ver com as armas que temos, nossa capacidade de armá-la a tempo e qual a distância da bala.
 
Existe um jogo tradicional chamado tiro ao alvo, onde pessoas com armas atiram em alvos móveis ou fixos. O esporte, apesar de perigoso, atrai pessoas do mundo todo, além de ser ferramenta essencial para policiais e profissionais do ramo.
Para nós, administradores, existe um perigo enorme, se não observadas as condições acima, errarmos o tipo de jogo e adaptarmos as nossas armas ao alvo, ou seja, miramos um alvo e chegamos à conclusão de que não temos armas para alcançar o alvo. Com isso ficamos o tempo todo avaliando o alvo e não o tiro.
 
Esse jogo chama-se alvo ao tiro, perigoso, explosivo e, considerando que somos homens e mulheres de negócios e não bombas, terminantemente proibitivos nossas vidas.
Alberto Leite é Diretor Executivo e Publisher da IT Mídia s.a
 
Fonte: www.saudeweb.com.br | 26.08.11

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